sábado, 31 de outubro de 2009
Curso de Arte Digital
PROJETO:
PONTO E MEIOS
Oficinas Gratuitas:
Oficina Arte Digital – 20 Horas
Esta oficina apresenta os principais conceitos que envolvem a arte digital e a web arte, o cenário brasileiro e internacional, experiências estéticas, movimentos, grupos de referência, sites de arte e Web museus. Partindo da pesquisa para a autonomia, a oficina trabalha as ferramentas livres para a produção, experimentação e divulgação artística no mundo virtual.
Oficina de Produção Fotográfica e Vídeo – 40 Horas
A oficina estimula a comunidade local a construir imagens estáticas ou em movimento para melhor ilustração na composição de uma página de internet. Também será utilizado na montagem de animações e curtas educativos para escolas.
Oficina de Produção de Páginas da Comunidade
Blog e Fotolog – 20 Horas
A oficina estimula a comunidade local a construir uma página de internet, que tenha por objetivo servir como referência para produção e identificação dos temas de interesse e de encontro da comunidade. A página poderá ser constantemente atualizada e evoluir conforme os rumos definidos pela própria comunidade.
Através do PROJETO PONTÃO GUERREIROS ALAGOANOS proporciona aos alunos inscritos no CENARTE - CENTRO DE BELAS ARTES DE ALAGOAS, colaboradores, familiares e integrantes da Rede Alagoana de Pontos de Cultura.
Oficinas de criação e produção de projetos gráficos: cartazes, folhetos e panfletos de forma solidária impresso e digital: CD, CD-ROM, DVD.
Carga Horária: 80 Horas
Provérbios do Inferno - William Blake
No tempo da semeadura, aprende; na colheita, ensina; no inverno, desfruta.
Conduz teu carro e teu arado por sobre os ossos dos mortos.
A estrada do excesso leva ao palácio da sabedoria.
A Prudência é uma solteirona rica e feia, cortejada pela Impotência.
Quem deseja, mas não age, gera a pestilência.
O verme partido perdoa ao arado.
Mergulha no rio quem gosta de água.
O tolo não vê a mesma árvore que o sábio.
Aquele, cujo rosto não se ilumina, jamais há de ser uma estrela.
A Eternidade anda apaixonada pelas produções do tempo.
A abelha atarefada não tem tempo para tristezas.
As horas de loucura são medidas pelo relógio; mas nenhum relógio mede as de sabedoria.
Os alimentos sadios não são apanhados com armadilhas ou redes.
Torna do número, do peso e da medida em ano de escassez.
Nenhum pássaro se eleva muito, se eleva com as próprias asas.
Um cadáver não vinga as injúrias.
O ato mais sublime é colocar outro diante de ti.
Se o louco persistisse em sua loucura, acabaria se tornando Sábio.
A loucura é o manto da velhacaria.
O manto do orgulho é a vergonha.
As Prisões se constroem com as pedras da Lei, os Bordéis, com os tijolos da Religião.
O orgulho do pavão é a glória de Deus.
A luxúria do bode é a glória de Deus. A fúria do leão é a sabedoria de Deus. A nudez da mulher é a obra de Deus.
O excesso de tristeza ri; o excesso de alegria chora.
A raposa condena a armadilha, não a si própria.
Os júbilos fecundam. As tristezas geram.
Que o homem use a pele do leão; a mulher a lã da ovelha.
O pássaro, um ninho; a aranha, uma teia; o homem, a amizade.
O sorridente tolo egoísta e melancólico tolo carrancudo serão ambos julgados sábios para que ejam flagelos.
O que hoje se prova, outrora era apenas imaginado.
A ratazana, o camundongo, a raposa, o coelho olham as raízes; o leão, o tigre, o cavalo, o elefante olham os frutos.
A cisterna contém; a fonte derrama.
Um só pensamento preenche a imensidão.
Dizei sempre o que pensa, e o homem torpe te evitará.
Tudo o que se pode acreditar já é uma imagem da verdade. A águia nunca perdeu tanto o seu tempo como quando resolveu aprender com a gralha.
A raposa provê para si, mas Deus provê para o leão.
De manhã, pensa; ao meio-dia, age; no entardecer, come; de noite, dorme.
Quem permitiu que dele te aproveitasses, esse te conhece.
Assim como o arado vai atrás de palavras, assim Deus recompensa orações.
Os tigres da ira são mais sábios que os cavalos da instrução.
Da água estagnada espera veneno.
Nunca se sabe o que é suficiente até que se saiba o que é mais que suficiente.
Ouve a reprovação do tolo! É um elogio soberano!
Os olhos, de fogo; as narinas, de ar; a boca, de água; a barba, de terra.
O fraco na coragem é forte na esperteza.
A macieira jamais pergunta à faia como crescer; nem o leão, ao cavalo, como apanhar sua presa. Ao receber, o solo grato produz abundante colheita.
Se os outros não fossem tolos, nós teríamos que ser.
A essência do doce prazer jamais pode ser maculada.
Ao veres uma Águia, vês uma parcela da Genialidade. Levanta a cabeça!
Assim como a lagarta escolhe as mais belas folhas para deitar seus ovos, assim o sacerdote lança sua maldição sobre as alegrias mais belas.
Criar uma florzinha é o labor de séculos.
A maldição aperta. A benção afrouxa.
O melhor vinho é o mais velho; a melhor água, a mais nova.
Orações não aram! Louvores não colhem! Júbilos não riem! Tristezas não choram!
A cabeça, o Sublime; o coração, o Sentimento; os genitais, a Beleza; as mãos e os pés, a Proporção.
Como o ar para o pássaro ou o mar para o peixe, assim é o desprezo para o desprezível.
A gralha gostaria que tudo fosse preto; a coruja, que tudo fosse branco.
A Exuberância é a Beleza.
Se o leão fosse aconselhado pela raposa, seria ardiloso.
O Progresso constrói estradas retas; mas as estradas tortuosas, sem o Progresso,
são estradas da Genialidade.
Melhor matar uma criança no berço do que acalentar desejos insatisfeitos.
Onde o homem não está a natureza é estéril.
A verdade nunca pode ser dita de modo a ser compreendida sem ser acreditada.
É suficiente! Ou Basta.
POETA DOIDO - Hélio Costa
Sou um poeta doido à deriva
Nem uma nau em alto mar
Que tanto te diz. “Ora viva”
Como logo se esquiva
Da chama do teu olhar
Sou poeta doido que se esconde
Sou olhar azul que se atreve
Sou nuvem vinda não sei de onde
Sou pássaro que voa não sei para aonde
Só espero que o vento me leve
Sou poeta doido por te ver
Poeta com alma de gente
Sou doido por te querer
Sou doido por te esquecer
Sou sol que desmaia no poente
Sou poeta doido que te chamo
Doido de mais por te beijar
Sou o eco que te aclamo
Sou doido por quem amo
Doido de mais por te amar
Sou poeta doido sem lamento
Mas lamento e escrevo
Com a tinta do pensamento
Sobre as folhas do sentimento
Por ser doido a tal me atrevo
Sou poeta doido que me disperso
Não pertenço ao mundo dos sábios
Poeta perdido no universo
Achado na magia de um verso
Escrito nas muralhas dos lábios
Sou poeta doido a vaguear
Nas entranhas do céu nublado
Doido por não saber sonhar
Mais que doido por amar
Quem nunca devia ter amado
Sou poeta doido sem quimera
Sou vento sem aragem
Poeta doido que venera
O encanto da tua imagem
Poeta doido mal amado
Sonhador sem anseios
Poeta doido mergulhado
Na profundeza dos teus seios
Sou poeta doido sem aprume
Archote aceso pela paixão
Poeta adormecido no ciúme
Embriagado pelo perfume
Que sai do teu coração
Sou poeta doido que fareja
A tua proximidade
Poeta doido que pragueja
Nas ondas da ansiedade
Sou boca louca que beija
O rosto da tua amizade
Sou poeta doido que te deseja
Mil anos de felicidade
Poema de Allen Ginsberg
Poema de amor sobre um tema de Whitman
entre noivo e noiva,
esses corpos caídos do céu esperando nus em sobressalto,
braços pousados sobre os olhos na escuridão,
afundarei minha cara em seus ombros e seios, respirarei tua pele
e acariciarei e beijarei a nuca e a boca e mostrarei seu traseiro,
pernas erguidas e dobradas para receber,
caralho atormentado na escuridão, atacando,
levantado do buraco até a cabeça pulsante,
corpos entrelaçados nus e trêmulos,
coxas quentes e nádegas enfiadas uma na outra
e os olhos, olhos cintilando encantadores,
abrindo-se em olhares e abandono,
e os gemidos do movimento, vozes, mãos no ar, mãos entre as coxas,
mãos, na umidade de macios quadris, palpitante contração de ventres
até que o branco venha jorrar no turbilhão dos lençóis
e a noiva grite pedindo perdão
e o noivo se cubra de lágrimas de paixão e compaixão
e eu me erga da cama saciado de últimos gestos íntimos
e beijos de adeus –
tudo isso antes que a mente desperte,
atrás das cortinas e portas fechadas da casa escurecida
cujos habitantes perambulam insatisfeitos pela noite,
fantasmas desnudos buscando-se no silêncio.