Sou um poeta doido à deriva
Nem uma nau em alto mar
Que tanto te diz. “Ora viva”
Como logo se esquiva
Da chama do teu olhar
Sou poeta doido que se esconde
Sou olhar azul que se atreve
Sou nuvem vinda não sei de onde
Sou pássaro que voa não sei para aonde
Só espero que o vento me leve
Sou poeta doido por te ver
Poeta com alma de gente
Sou doido por te querer
Sou doido por te esquecer
Sou sol que desmaia no poente
Sou poeta doido que te chamo
Doido de mais por te beijar
Sou o eco que te aclamo
Sou doido por quem amo
Doido de mais por te amar
Sou poeta doido sem lamento
Mas lamento e escrevo
Com a tinta do pensamento
Sobre as folhas do sentimento
Por ser doido a tal me atrevo
Sou poeta doido que me disperso
Não pertenço ao mundo dos sábios
Poeta perdido no universo
Achado na magia de um verso
Escrito nas muralhas dos lábios
Sou poeta doido a vaguear
Nas entranhas do céu nublado
Doido por não saber sonhar
Mais que doido por amar
Quem nunca devia ter amado
Sou poeta doido sem quimera
Sou vento sem aragem
Poeta doido que venera
O encanto da tua imagem
Poeta doido mal amado
Sonhador sem anseios
Poeta doido mergulhado
Na profundeza dos teus seios
Sou poeta doido sem aprume
Archote aceso pela paixão
Poeta adormecido no ciúme
Embriagado pelo perfume
Que sai do teu coração
Sou poeta doido que fareja
A tua proximidade
Poeta doido que pragueja
Nas ondas da ansiedade
Sou boca louca que beija
O rosto da tua amizade
Sou poeta doido que te deseja
Mil anos de felicidade
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