domingo, 8 de agosto de 2010

BOTE DE SERPENTE


agora que terminou a noite parece que tanto faz

mas tanto faz coisa nenhuma não esqueço coisa alguma

não te dispenso jamais, não te largarei nunca mais

beijei com os olhos o formato de teus afiados dentes

me embebi dessa voz poderosa, licorosa de vinho quente

lindo foi só te tocar para fazer acordar de repente

o cavalo de fogo arisco solto no teu corpo ardente

e sob o abajur de luz azul da TV ligada sem o DVD

cavalguei com classe essas coxas morenas deliciosas

avancei soberano sobre teu sexo com fome maliciosa

serpente no bote envolvida em saliva devorando a vida

horas massageando orifícios com o dedo, com a língua

queimando sinais vermelhos, ultrapassando pentelhos

violei espelhos esmaecidos, acordei sentidos adormecidos

além disso, tudo está no lugar figura redondinha pra amar

contigo quero tudo agora e já e para acertar eu fico mudo

espero a hora pacientemente te pegar e te lançar novamente

no abismo das paixões avassaladoras roubar arrepios, calafrios

envelhecer tua inocência, roubar pra mim a tua essência

entre o novo e o velho em ti quero ser o fio, o desalinho, o desafio

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